Itália nega ter pagado resgate pela libertação de duas reféns na Síria

16/01/2015 17:33

16/01/2015 18h01 - Atualizado em 16/01/2015 18h01

Itália nega ter pagado resgate pela libertação de duas reféns na Síria

‘Somos contra’, diz ministro ao negar pagamento de US$ 12 milhões.
Greta Ramelli e Vanessa Marzullo voltaram para casa após cinco meses.

Greta Ramelli (esquerda) e Vanessa Marzullo chegam ao aeroporto militar de Ciampino, perto de Roma, na manhã de sexta-feira (16), após serem libertadas na Síria (Foto: AP Photo/Riccardo De Luca)Greta Ramelli (esquerda) e Vanessa Marzullo chegam ao aeroporto militar de Ciampino, perto de Roma, na manhã de sexta-feira (16), após serem libertadas na Síria (Foto: AP Photo/Riccardo De Luca)

O ministro das Relações Exteriores da Itália negou nesta sexta (16) que o país tenha pagado US$ 12 milhões como resgate por duas jovens trabalhadoras humanitárias que ficaram sequestradas durante cinco meses na Síria, dizendo a congressistas que “somos contra o pagamento de resgates”.

Relatos na mídia do Oriente Médio de que a Itália teria pagado US$ 12 milhões para libertar Greta Ramelli, de 21 anos, e Vanessa Marzullo, de 20, despertaram um debate no país sobre o financiamento de terrorismo através de resgates. O líder da Liga do Norte, Matteo Salvini, disse que, se verdadeiro, esse pagamento seria “grotesco”.

Horas depois de Ramelli e Martuzzo desembarcarem de um avião em Roma, o ministro Paolo Gentiloni disse à câmara baixa do Parlamento que relatos de resgate “eram nulos de qualquer base de realidade” e expressou surpresa “por essas fontes terem recebido crédito sem qualquer verificação”.

“Somos contra o pagamento de resgates”, disse Gentiloni, acrescentado que a Itália segue “as regras e comportamentos” compartilhados pela comunidade internacional.

A explicação de Gentiloni gerou ceticismo de legisladores da oposição, que disseram que ele não foi claro o suficiente e não chegou a explicar se houve ou não alguma troca de dinheiro.

“Vocês pagaram ou não?”, perguntou Maria Edera Spadoni, do Movimento 5 Estrelas.

A mídia italiana havia especulado se um breve vídeo divulgado na véspera de Ano Novo continha uma mensagem codificada sobre resgate para o governo italiano. Vestidas com trajes negros típicos de mulheres sírias, as jovens pediam ao governo italiano para ajudar a levá-las para casa, com Ramelli dizendo que elas podiam ser mortas.

As mulheres foram sequestradas na madrugada de 31 de julho, em sua terceira visita à Síria, como parte de um projeto chamado Horryaty, que, de acordo com seu perfil no Facebook, tinha como objetivo distribuir ajuda naquele país.

Ainda não foi esclarecido quem foi responsável por sua captura, embora as suspeitas estejam focadas na Fronte Nusra, afiliada à Al-Qaeda.

Outro italiano, o reverendo Paollo Dall’Oglio, um padre jesuíta, está desaparecido na Síria desde julho de 2013. Gentiloni disse que as autoridades estão trabalhando para garantir sua libertação e a do trabalhador humanitário Giovanni Lo Porto, de 39 anos, desaparecido no Paquistão desde janeiro de 2012.

 

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